Sei que é enfadonho falar o tempo todo sobre si e das próprias crias, mas é que com Os Malaquias tenho experimentado uma alegria tão inesperada que, bom, vou dividir tudo. Vou colocar aqui algumas leituras de queridos amigos e algumas resenhas.
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A primeira resenha que saiu foi de Alex Sens, que também é escritor. Ele me deixou muda com esse texto na Revista Bula, aqui. Logo depois, a Ivana Arruda Leite me rodopiou com suas impressões, aqui. Marcelino Freire tirou minhas pernas:
30.7.10
INCENDIANDODel Fuego baixo. Falo: a primeira vez em que bati os olhos. E os ouvidos na Andréa. Era noite de São João. Não lembro se foi naquela ocasião. Em um sarau. Quando ela leu uns textos dela. A voz baixinha. Parecida a de uma boneca sem pilha. Tímida. Em banho-maria. Quem me apresentou a Del Fuego foi a Ivana Arruda Leite. No mesmo dia, ao que parece, conheci a Índigo. Minha memória falhando. Aqui, no pôste abaixo, disse um dia sobre o Joca. Agora, sobre a Andréa. Repararam? Meu blOgue virou um dossiê nostálgico. Porque os dias vão correndo. É nisso que dá viver muito tempo. Caralho! Que turma de amigos fizemos! Cada um no seu parágrafo. É sobre isto que eu quero dizer. Acabei de ler o romance de estreia da Andréa Del Fuego (ela só havia publicado contos), recém-lançado pela Língua Geral. Título: Os Malaquias. Li em minha ida a São João Del Rey. Melhor leitura não haveria. Nas terras de Minas. Como cresceu essa menina! Del Fuego passeia pela vida de uma família. Que se separa. Cada irmão para um lado. Adotado. Pelo mundo. Sei bem disto. Sou caçula de uma penca de nove filhos. Espalhados por aí. Sei, sim. De saudade, ruptura. Del Fuego fez alta literatura. Cheia de humanidade. Tão em falta. Aleluia e ave! Ela traça os deslocamentos. Os desamparos. As esperanças pequenas. Em metáforas bem colhidas. Frases diretas nas feridas. Meu Cristo! Haverá algum crítico de plantão que dê conta do que acabou de fazer a Del Fuego? Um clássico, juro. E esqueçam de que sou amigo dela. Aliás: lembrem-se de que sou amigo dela. Do Joca. Da Ivana. Da Índigo. De tanta gente… Ora essa. Que está aí. Colocando a alma na janela. Sempre na luta. Não se enganem. Todos foram construindo. E ainda estão construindo. A duras penas. Este árduo ofício. Acendendo. E ascendendo, aos poucos. Incendiando. Eta danado! Maravilha e beleza! Parabéns, querida. Pelo grande romance que você fez. E mais não digO. O meu abraço a vocês. Beijos no umbigO. E fui e até a próxima vez.
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Já quase sem nada para ser tirado, Indigo manda esse email (ela autorizou que eu o publicasse):
Andrea Del Fuego do Céu:
Ontem à noite terminei o Malaquias e é até difícil dizer o que achei do livro, de tão impressionada que eu fiquei.
Algumas sensações:
Parecia que não era uma autora de literatura brasileira contemporânea escrevendo. Era outra coisa. A sensação era de estar lendo um clássico. Que não tem a ver com Brasil necessariamente e nem com a literatura atual. Era tipo, Gabriel Garcia Marquez. Um negócio pronto, completo, alcançando a perfeição.
Babei no domínio de escrita que vc mostra nesse livro. Coisa de escritora consagrada, que sabe o que está fazendo, como se já tivesse escrito 50 livros antes.
E aquela passagem em que Nico cai no coador. Aquilo chega do nada. Aquilo é realismo mágico feito como se deve, com competência e sem cair em clichês.
Ah, é tudo tão demais no seu livro que eu fiquei muito, muito orgulhosa de ser sua amiga. Tipo orgulho de parente. Tenho a impressão que tudo o que você escreveu antes era ensaio para Malaquias.
É livro para ganhar prêmio. E ganhará!
Pra mim foi um livro inspirador. Desses que faz com que a gente tenha vontade de escrever melhor, ir mais longe.
Ah, depois no bar eu falo mais. E quero ouvir de você também.
Beijinhos, Índigo
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Tá, Andréa, mas eles são seus amigos. Olhe, eu demorei oito livros para ouvir isso deles, são os leitores mais exigentes que eu conheço.
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No jornal Diário do Grande ABC, pela jornalista Ângela Corrêa, aqui.
No jornal Estado de Minas, pelo escritor Carlos Herculano Lopes:
No Guia da Folha de São Paulo, o escritor Marçal Aquino também avalia:
No Jornal do Brasil, a também escritora Ieda Magri faz uma leitura tão detalhada que descobri aspectos do texto que nem desconfiava, aqui.
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Além das mensagens carinhosas das queridas Maria José Silveira, Maria Adelaide Amaral, Livia Garcia-Roza, Carola Medina e de quem primeiro leu os originais, o amado Xico Santos.
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Pronto, não tocarei mais no assunto, será?
Mas que ORGULHO, Andréa! Orgulho de conhecer escritora tão incrível, mulher maravilhosa que escoa as palavras como muito poucos – é sério. E orgulho de estar aí no meio, de ser aquele tipo de leitor que vai te seguir sempre, a pé, de barco, voando, não importa.
Toque sempre no assunto, okay? É uma ordem! :) Aliás, não só toque, faça amor com esse assunto tão bom.
Um beijo e um abraço apertado.
Só te digo uma coisa, obrigadíssima e se eu puder, ainda te darei um abraço enorme de duas horas. Beijos!
Só me manifesto agora depois de ler!
Pode se manifestar sempre :)
já leu aqui?
http://www.linguageral.com.br/site/titulodetalhe.asp?tituloid=98&sec=titulos
oxente, menina, fale mais, sim. o assunto é bom.
Beijo
Martha, essa orelha quase me matou. Demais! Beijos!!!
Andréa,
Essa coisa de ser fã é legal… Permite, sem constrangimentos, que o marmanjo lacrimeje… Que rasgue a cara num sorriso besta… Que resmungue palavras desconexas… Que tasque a conversar com móveis e paredes… Que ande pela casa, pra lá e pra cá, gingando como se tivesse um bambolê na cintura…
Engraçado, essa coisa de ser fã!
Os Malaquias – vertente de Serra Morena… Ouro e pó… Que trouxe Antônio pra emocionar este meu velho coração: danado não sai mais do meu quintal… Apegou-se a Miguilim e agora ficam lá, os dois, numa zoada de encantamentos…
Tão bão ser teu fã!
Beijos,
xico santos
Xiquês, bom é ser sua amiga, conhecer sua sensibilidade. Bote bom nisso :)
Beijos! (Tô atrasada no envio, mas o bichinho está já empacotado.)
“É livro para ganhar prêmio. E ganhará!”
Índigo é nossa vidente literária. Saudade estava eu daqui. Luz nessas miniaturas hoje, sete do oito do treze. ;)