Ontem, 10 de março, foi o Dia do Telefone. Por volta de 83, minha mãe ordenava que eu fosse ao orelhão telefonar para o meu pai no trabalho. Levava um banco porque não alcançava, eu tinha 8 anos. Fazia isso muitas vezes por semana. Sempre dava ocupado, tentava uma vez e voltava para o final da fila, com o banco debaixo do braço. Um dia, o guardinha pediu que eu saísse imediatamente, achou que a criança estava brincando de trote. Mas era seríssimo. Eu tinha de três a dez fichas para perceber o clima do outro lado da linha. Chegando em casa, precisava descrever o tom de voz da secretária, se meu pai falava ao fundo, se alguém ria. Minha mãe acendia um cigarro e analisava os dados.
…
oi
li uns textos seus se não me engano na revista do brasil, acho bacana tua verve!
abraços?
fellini ?
Obrigada, Fellini!
Quando o orelhão impactava, meu avô Agenor atendia o telefone e dizia: Olá! E lá em casa, usávamos o telefone de fichas da padaria de seu Modesto.E uma linha custava bem caro!
beijo
É mesmo, as fichas eram caríssimas, o telefonema tinha que ser rápido. Beijos!
Muito bom, gostei! Fiquei imaginando você pequena com o banquinho, e depois sua mãe com o cigarro analisando os fatos. A propósito, adorava as fichas telefônicas, bem mais baratas do que um cartão telefônico. Claro que, se não me engano, só duravam um minuto. Abraços e parabéns pelo novo site, Vera PS: vou me preparar um milhão de vezes pra assistir ao seu texto encenado.
Vera, obrigada! Minha mãe, hoje, é menos desconfiada :) , eu me sentia num episódio de Chaves. Beijos!