A morte gera isso que você está sentindo agora. Então, não tenha culpa ao imaginar a ida de quem é seu por direito natural ou adquirido. Todos são de todos, descobri ontem. Como lembra um dos mestres da suspeita: a crença surge quando a vontade é fraca. Peço a benção aos mortos que já enterrei e tento acalmar a mim mesma, que um dia será enterrada sem nenhuma vontade.
28
out
09
A morte é um grande problema pra mim!
;o(
Pânico.
Andréa, acho a morte tão fascinante! Não sei, mas alguma coisa dela me puxa. É algo mais profundo, com certeza. A música é ótima, a fotografia do videoclipe é sensacional. Mortos cheios de luz, de sol ou de lua, todos estão em suas escuridões iluminadas.
Um beijo!
Não dá pra negar, ela fascina. Sens, corra ao site da banda, você vai amar: http://www.walkingonadream.com, na home há o video do sol em labaredas e pasme, o som delas. Beijos!
Vivi este ano sob o signo da morte, o que é um paradoxo. E ainda não sei quando e nem como me recuperar. A morte dos outros dói em quem continua. Eu continuo muito na dor. O inferno, querida, entre outros mil, é esse.
A gente tem que chorar o luto inteiro, não tem como se esconder debaixo da cama. Outro dia, do oitavo andar de um prédio, olhei as pessoas passarem lá embaixo e lembrei que daqui 100 anos nenhuma delas estará aqui. Quer dizer, estamos juntos.
CANÇÃO DO EFÊMERO
COM PASSARINHO E BRISA
É tudo mesmo bem pouco,
pois só há pouco me vi
chegando aqui e encontrando
o que nunca compreendi
— tanto que, perplexo, tanto
duvidei de estar aqui.
E nunca acreditaria
se não fosse um passarinho
afirmando: bem-te-vi!
Ainda escuto o seu trinado
garantindo-me o existir.
Mas precária garantia,
como aprendi com a brisa
de que se compõe o dia:
se o tempo passar um pouco,
nada mais que um pouco, logo
não estarei mais aqui.
RUY ESPINHEIRA FILHO