“A autoironia é enorme. A escrita dos blogs é muito encenada. Quem escreve sabe que está assumindo um personagem. E isso desliza. Uma cultura online que migra para a offline e vice-versa. É uma duplicidade. As pessoas vivem nesse limite, que é uma nova forma. Nem lá, nem cá. A encenação do narrador no blog contaminou a escrita. O narrador, literalmente, perdeu a inocência. Anos atrás, ele era um deus. Hoje, ele sabe que é uma versão dele mesmo. E há milhares de caminhos de escrita. Tem até migração de sexo. É muito radical. Você poder ter a versão que quiser de você. Isso invade um comportamento e uma forma de perceber o texto.”
Heloisa Buarque de Hollanda
01
set
09
tem razão!
É complicado, ou apenas parece, mas é algo assim!
Total!
Pois é, não sei se entendi direito, mas o meu blog, pelo menos nos últimos tempos, tem se ocupado de frivolidades. A literatura de verdade tem se ocupado de outros suportes, mais precisamente o word. Tenho escrito como um maluco – mas não no blog. Acabei de escrever um romance e acho que o blog não é o suporte pra isso. O romance, que ainda não tem título, tenho postado no PORTAL LITERAL, na forma de folhetins. Foi uma experiência fascinante, essa coisa do escritor sair dasua concha e ir compartilhando, capítulo a capítulo, o que está sendo escrito, com todos os acertos, incertezas e indecisões.
Como falei acima, não sei se entendi direito. Mas gostei do resultado.
Beijos pra você, minha linda.
Oi, Parreira! Talvez a experiência do blog esteja diretamente ligada à decisão de escrever fora dela, acho que a internet é praticamente uma terceira natureza. Seguimos velozes. Beijos!
Genial.
Simplesmente genial.
Acho que a beleza de tudo está em decifrar os detalhes, e eis os detalhes do blogs e da literatura hodierna, ipsis litteris.
Abraços.
André
André, é interessante como a pesquisadora consegue pensar sobre esse fenômeno estando praticamente dentro dele. Um beijo!
Hmmmmmmmmm, de onde saiu isso? Legal e provocativo. Pode render horas de discussão entre blogueiros surtados e escritores melindrados… kkkkkkkkkkkkkk.
Beijos, beijos
;o)
Pin, horas e horas. O texto completo está aqui: http://diversao.terra.com.br/interna/0,,OI3914228-EI3615,00-Heloisa+Buarque+de+Hollanda+reune+em+site+novos+autores.html
Beijos!!
O personagem não existe somente na escrita da internet.Ele existe nas ruas,nos bares,nos livros,na sua voz cantando no banheiro…Jovino Machado vive disfarçado de Jovino Machado!
Até dormindo, sendo Elvis, cobra, pedra, mar, mendigo.
Andrea,
Este comentário da Heloisa Buarque de Hollanda, na minha opinião, é simplesmente Perfeito. Não há mais proa para a nau da Literatura. Ela se expande em múltiplas camadas, texturas, outros objetos… expandem-se as fronteiras a partir desse emaranhado.
Um Beijo, Jorge X
Concordo plenamente!
Parece-me que é um fluxo natural da expressão escrita em um meio onde as palavras imperam. Com o tempo tornam-se vertentes distitas pela sua própria gênese. As vezes os blogs parecem-me simples casinhas onde os seres se vestem de palavras ou as vezes as guardam para não perdê-las ao caminho. Quando a volúpia da escrita evolui para uma coisa além dos blogs, bem, aí acho que sobe-se ao Olimpo das letras e vira-se narrador-Deus. E como Parreira acima comenta, vai-se para o mundo do (das) “Word”(s).
Mas afinal, quem sou eu para dizer qualquer coisa? Além de uma mão que escreve e uma mente que lê.
Gostei muito do blog, procurarei os livros.
Abraço.
Obrigada, Ana! Seja benvinda. O texto na web ainda não deixa de ser um tecido, não é?
Li o fragmento do texto incluso no artigo e o significado me pareceu um tanto quanto diferente. Achei interessante essa tua colocação. Beijos.
Vou virar fã.
Interessante como o recorte já é uma colocação. Um beijo, Ana!